quinta-feira, 27 de junho de 2013

Se a vida te dá férias, aproveita-as bem!



Em boa hora nos decidimos a ir para sul. A norte o tempo continuava pelas ruas da amargura de modo que resolvermos tentar a nossa sorte por paragens mais próximas ao equador. Tínhamos planeado um périplo por vários locais e na segunda-feira passada, depois de alguns percalços saímos rumo a Setúbal, a nossa primeira paragem. Ficamos hospedados no Hotel do Sado Bussiness and Nature, num quarto excelente com vistas para Tróia. Os únicos senão deste hotel 4* foram o facto de ao pequeno-almoço terem estagiários a servir e que faziam uma barulheira na copa, bem como o facto de o sumo de laranja ser de pacote... O restante pequeno-almoço era bastante razoável, com um excelente queijo fresco e, segundo o Vel, uns bons ovos mexidos.


Em Setúbal, fomos aconselhados pelos nossos seguidores do Facebook a experimentar o choco frito, como não poderia deixar de ser. Fizemos uma ronda pelos restaurantes da marina/porto e pelos da Avenida Luísa Todi e, quando regressávamos para encontrar uma das sugestões do Facebook encontramos a 490 Taberna STB. Ao ler o menu sabíamos que era ali que íamos jantar. O espaço está bem decorado, num estilo taberna moderna e despretensiosa, tornando-se bastante acolhedor e confortável. Optamos pela esplanada (afinal a sul estava bom tempo!!!!) e começamos pelo princípio: um excelente pão, umas azeitonas deliciosas e uma manteiga de ovelha de comer e chorar por mais. O vinho, maduro tinto, do jarro era José Maria da Fonseca e cumpriu lindamente a sua função durante todo o repasto. Para jantar tivemos uns suculentos chocos fritos, que regamos com um gigante quarto de limão, acompanhado por batatas fritas e de um molho "amostardado" muito bom. A outra opção foi o hiper-mega-maravilhoso-e-delicioso arroz de navalheira (ligueirão, lingueirão, longueirão, canivete, navalha) com coentros. Vinha num tachinho de esmalte preto com pintinhas brancas e que me lembrou a casa a minha avó. No fim, e já muito, muito satisfeitos, houve ainda espaço para um café (para o menino) e uma panna cotta com frutos vermelhos (para a menina). A 490 Taberna STB vale bem uma visita: o serviço é simpático e eficaz e nota-se que tudo é feito com muito gosto e prazer. Já não nos lembrávamos de jantar fora e sermos tão bem servidos, com comida tão bem confeccionada e sem ter uma reclamaçãozinha qualquer a fazer. Pagamos com gosto uma conta simpática e o termos sido tão bem recebidos. Foi um belo início de férias!


Terça-feira apanhamos o ferry-boat para Troia. O céu encoberto era cão que ladrava mas não mordia. Passeamos por uma Troia quase deserta e com poucas infraestruturas para o lazer de um visitante passageiro.
Avançamos depois pela estrada a braços com o mar em direcção a Porto Covo. Próximo desta cidade, a estrada ao lado do mar imprime em nós uma sensação maior de estarmos em férias. O sol brilha e se não fosse o vento fresco, nunca diríamos que estávamos em junho e que no Porto chovia copiosamente (informação dada pelos papis). Porto Covo é um local encantador. Ponto. As casas típicas, o ar relaxado das pessoas, as crianças a brincar pelo meio dos idosos sentados na praça principal. 


Aqui optamos por um almoço-alancharado (afinal eram 16h) no restaurante Torreão: cerveja fresquinha, ameijoas à bolhão pato e gambas ao alhinho, tudo acompanhado por um delicioso pão alentejano. Apenas as gambas nos deixaram de pé atrás pois ficamos com a ligeira sensação de serem congeladas. 


Depois de reabastecidos, seguimos rumo a Vila Nova de Milfontes para pernoitar. Ficamos alojados no Duna Parque, no apartamento Amor Perfeito que, curiosamente, era twin (comentário do Vel: como querem que se faça o amor perfeito se nos dão camas separadas????). Para férias prolongadas é um apartamento simpático e funcional, com vistas sobre a piscina. Saimos para um jantar tardio e optamos por parar no posto da GNR e aconselharmo-nos sobre o melhor spot para jantar: nada como os locais para nos ajudarem. Uma simpática agente aconselhou-nos o Pátio Alentejano e lá fomos nós. Um espaço muito engraçado e típico com pessoal muito simpático e sorridente. As entradas (queijo curado, azeitonas e paio) estavam deliciosas. O vinho tinto, do jarro, era muito bom. O repasto fez-se com carne de porco à alentejana e açorda (de bacalhau) à alentejana: tudo servido em doses extremamente generosas!!!!!!
No dia seguinte, e sendo o pequeno-almoço do Duna Parque muito básico para justificar 5€ por pessoa, resolvemos passar pela confetaria Mabi para os croissants folhados recheados. Uma coisa comum aqui para baixo é a falta de serviço às mesas. Claro que é uma forma de cortar na despesa com o pessoal e em tempos de crise supostamente vale um pouco de tudo, mas nem sequer ter pessoal para levantar a loiça que os clientes deixam????


Depois de novo passeio por Mil Fontes, com ida à praia, seguimos em direcção a Almograve, Cabo Sardão e Zambujeira do Mar. O vento da costa alentejana estava frio e, apesar da paisagem maravilhosa, ficamos contentes por rumar ao interior.



Odemira foi ponto de paragem para uma visita à cidade: aqui o calor fazia-se sentir e cerveja e gelado foram recebidos com agrado. 


De volta à estrada seguimos para Beja. Ficamos alojados no Beja Parque Hotel e terminamos a tarde a banhos de sol na piscina. Ao fim do dia fomos passear pelo centro histórico de Beja, encantador no lusco-fusco. Por sugestão de um casal transeunte, jantamos na Adega Típica 25 de Abril onde um empregado jovem e com a mania de ser engraçadinho nos deixou bastante irritados. Azeitonas e bom pão alentejano com manteiga deram início ao jantar, bem acompanhados de vinho do jarro. Seguiram-se sopa de nabiça com feijão e secretos de porco preto. Pedimos arroz à parte de serviram-nos uma tacinha minúscula. Para encerrar uma sericaia, sem ameixas de elvas e sua calda. Um jantar que não deixou vontade de regressar.
Na manhã seguinte, e depois de um substancial pequeno-almoço de hotel que, mais uma vez, apesar de 4* não tinha sumo de laranja natural, rumamos novamente ao centro para visitar o lindo castelo de Beja.


Já de tarde partimos rumo ao património mundial de Évora. Assentamos arraiais no acolhedor Best Western Plus Hotel Santa Clara onde fomos recebidos por uma recepcionista amorosa. Partimos à re-descoberta das ruelas de Évora e de alguns dos seus principais monumentos. Paragem obrigatória (para o Vel) na esplanada que servia imperiais a 0.50€ (pedidas ao balcão, em copo de plástico e apenas a estudantes mediantes apresentação de cartão válido - mas claro que isto era demasiada informação para um homem que se ficou pela publicidade em letras garrafais de cerveja tão barata...). Um pequena volta pelo mercado com promessa de voltar no dia seguinte. Passamos ainda pela linda esplanada Pátio para desgustar um copo de vinho. 


Fiados no Fialho foi com desilusão que o encontramos encerrado para férias e remodelação, não sem uma simpática palavra de apreço por parte do dono. Seguimos a sugestão de alguns seguidores do FB e da nossa recepcionista e jantamos no restaurante D. Joaquim. Mais chique do que o esperado, fomos conduzidos pela simpática Ana ao longo de um jantar que não trouxe consenso: as azeitonas, o pão e o azeite caseiro estavam deliciosos. O vinho, um Julian Reynolds reserva 2007, sugestão da Ana, e que se revelou o ponto alto da noite. Seguiu-se um arroz malandrinho de lebre (uma espécie de cabidela de lebre temperada com coentros, delicioso, pecando apenas pelo ossículos perdidos pelo arroz) e bifes de porco preto com migas de batata que não convenceram o senhor da mesa. Para terminar um gelado de azeite e mel, cujo sabor era divinal embora tivesse pedaços de gelo no seu interior (e de notar que uma pequena bola de gelado custava 4,50€ - preço excessivo para o tipo de sobremesa). Sensação final com que ficamos foi que a montanha pariu um rato (algo carote!).

Na manhã seguinte, ficamos algo espantados com o pequeno-almoço do acolhedor Santa Clara: bem servido para um 3*, com sumo de laranja natural feito pelos próprios hospedes, bons camembert e requeijão, pão alentejano e uma variedade de opções muito próximo de um 4*. De depósito bem atestado voltamos a calcorrear Évora, com passagem pelo mercado municipal, comprinhas da Divinus Gourmet e uma descoberta encantadora: a Roda da Fortuna, ainda por abrir ao publico, onde compramos um set de talheres de madeira artesanal. Um espaço que vale a pena visitar, com artesanato alentejano de qualidade e muito bom gosto. Para além de ser um espaço amoroso! 


Depois de voltarmos à deliciosa esplanada Pátio para refrescarmos o corpo e a alma partimos para a Guarda onde uma Babe aniversariante aguardava a nossa chegada. Fomos recebidos por uma grande família de braços abertos e sorriso no rosto. Houve muito vinho bom, muita comida e sobremesas para festejar o dia da Babe. Na manhã seguinte, e depois de uma boa noite de sono, fomos até à Vermiosa, conhecer a terra da Babe e a casa dos avós. Chegados, fomos levados pela avó até à adega para provarmos o vinho. Uma adega fresquinha, um vinho bom, que mais poderíamos querer???? Pão, presunto, azeitonas e queijo, claro! Não se estava mesmo a ver? :p


Para ajudar à digestão, fomos visitar a horta do avô e, depois de uma divertida viagem na caixa aberta de uma pick-up fomos ver os fardos de palha e as vacas do tio. 



Não satisfeitos, e porque o Sábado tinha todo o tempo do mundo, passamos por Castelo Rodrigo para visitar as ruínas do Castelo, a paisagem deslumbrante e calcorrear as ruelas de uma das aldeias históricas de Portugal. Como não poderia deixar de ser, paramos na esplanada para chá gelado, boa conversa e recuperar energias. 



Saímos com a promessa de voltar para visitar tudo o resto que ficou ainda por ver e, quem sabe, um dia ficar mesmo por lá, naquele sossego tão apaziguador que nos fez sentir que o momento presente é realmente aquilo que conta e que deve ser vivido com plenitude e felicidade.


O dia terminou já de noite, com o regresso a casa e o coração a transbordar de tudo o que é bom :)

5 comentários:

  1. que belas férias :)
    até estou com uma pontinha de inveja (da boa claro)
    sabem tão bem uns dias assim, de descanso e desfrutar os pequenos prazeres da vida ao máximo!
    adorei o comentário do Vel sobre o quarto amor perfeito hehe
    um beijinho grande**

    ResponderEliminar
  2. Ondina
    Adorei ler o tua reportagem de todos esses lugares que me trazem tantas recordações boas. Principalmente do litoral alentejano onde passei tantas férias de verão! Fiz um exercício enquanto lia , tentei lembrar-me a última vez que estive em cada lugar e só não consegui em Odemira, mas vou lembrar-me. Beijo

    ResponderEliminar
  3. Maravilhosas férias!
    Imagens que dão saudades de voltar!
    Beijinho e Bom Fim de Semana!
    Cláudia

    ResponderEliminar
  4. Só coisas boas! :) Umas férias bem recheadas.
    Adorei a boca ao quarto Amor Perfeito do Vel, hehe.
    Tenho saudades desses lugares, e espero ir ao seu encontro em Setembro!
    Um beijinho.

    ResponderEliminar
  5. Que bom que é estar de férias, com tempo para preguiçar, passear, dormir, descansar e... fotografar! Olha, os meus parabéns! A única vantagem de não visitar o Coentros e Rabanetes tão assiduamente como gostava é que cada vez que cá venho fico boqueaberta com as fotografias! Estão cada vez mais bonitas! Sem dúvida que fotografar com a luz do dia é outra coisa!
    Um beijo!

    ResponderEliminar

Obrigada pela visita :)