Finalmente! Após vários desencontros lá conseguimos ir ao Hellenikon. As expectativas eram muitas. Da comida, do ambiente grego e, penso que tanto para mim como para o Marco, voltar mentalmente à Grécia para matar as saudades nem que fosse de forma virtual.
O espaço é simplesmente amoroso! Entramos numa sala em tons de amarelo e azul, muito engraçada, mas que estava vazia.
Fomos encaminhados por um corredor estreito e alaranjado, passamos pela cozinha e chegamos a uma sala pequenina, em branco e azul, muito acolhedora e intimista. A sensação que tivemos foi a de estar a jantar em casa de alguém.
Com os dedos a fervilhar, lá passeamos pelo menu que, por ser manuscrito, não é fácil de ler: os nomes dos pratos, além de escritos em grego (e com alguns erros) estavam escritos a duas canetas diferentes sobrepostas. A confusão.
Decidimo-nos por várias mezédes, as maravilhosas entradas. Ficamos logo decepcionados porque não havia pita. Como pode um restaurante grego não ter pão pita para servir com tzatziki? Foi o primeiro desgosto. Podiamos dar a dica do Ikea: os pães suecos, redondos e congelados, são iguaizinhos às pitas gregas!
Entre mais algumas mezédes que não estavam disponíveis, como o saganaki, lá nos decidimos por uma tiropita (folhado de queijos a que eles insistiam em chamar spanakopita (folhado de espinafres)), melitzanes tiganites (beringelas fritas) e dolmadakia (folhas de videira recheadas). Como refeição principal escolhemos uma moussaka para dividir.
Para reconfortar o estômago e a mente por falta de alguns essênciais muito desejados, lá petiscamos uma tacinha com feta, tomate e tapenade negra. Segundo desgosto: o feta era desensabido. A única explicação que encontramos foi que talvez o conservem em água. Regra de ouro: o feta deve ser conservado em azeite e oregãos frescos!
Finalmente lá chegaram as entradas. As tiropitas eram muito boas, as dolmadakia maravilhosas, pois regamo-las bem com sumo de limão e as melitzanes foram o terceiro desgosto: insossinhas que sei lá o quê! Tendo em consideração que devemos salgar as beringelas para lhes extrair a água antes de envolver no polme para fritar, fico sem perceber a razão desta falta de sal.
Já com pouco espaço para continuar a refeição, lá fomos presenteados com a moussaka. Uma pequena fatia de moussaka que custava a módica (e aqui estou a ser bastante irónica) quantia de 15,50€! E foi este o quarto desgosto. Para além de pequena e cara, a moussaka ou estava insossa (isto está a tornar-se um padrão!) ou então tinha canela e noz moscada a mais, pois a carne apresentava um sabor adocicado.
Não havia barriga para sobremesa. Bem que gostava de ter enfiado os meus dentinhos numa bela baklava, mas por falta de companhia (o Marco raramente come doces) lá me contive.
No final tivemos o quinto desgosto: 46,50€ - a beber cerveja (que a malta raramente comete a loucura de escolher vinhos em restaurantes) e sem sobremesa.
Uma coisa é certa, quem vier jantar ao Hellenikon não fica hipertenso devido ao excesso de sal, muito pelo contrário. Mas a hipotensão gastronómica será devidamente contrabalançada ao receber "la dolorosa"!
Eu gosto do Hellenikon. É um dos sítios a que sempre quero voltar. O único desgosto que posso assinalar é mesmo o teu quinto. A conta sempre foi puxada. Quanto ao resto eu não sou expert como Vas Excas. Carago!
ResponderEliminarJá não vou ao Hellenikon há muitos anos e nunca fui à Grécia... por isso.
Bela crónica gastronómica. Com água na boca.
Gostei muito do espaço, mas talvez tivesse demasiadas expectativas face ao resto.
ResponderEliminarA comida ficou um pouco aquém do que era suposto. Pelo valor cobrado há coisas que não podem acontecer.
E depois faltou ao staff aquela característica grega do "chega para cá esses ossos"! Parecia que estavam ali a fazer o frete de nos servir. Faltou o calor humano e paixão grega em servir boa comida.
No geral a ideia com que fiquei é que estava tudo muito contido, quer a nível gastronómico quer a nível "humano".
Tens que ir à Grécia com a família. Aconselho Naxos para uns dias relaxados na praia. Santorini é cliché mas vale muito a pena, por tudo. E por nada.
Para o ano quero voltar a Atenas, para conhecer a cidade pelas mãos e olhos do Marco, e ir a Lefkada, que dizem ser maravilhosa.
Ufa. Fiquei a pensar. Se este fosse o tal nosso blogue como responderia a tal coisa? E de repente, depois de me lembrar do filme Zorba o Grande e o Capitão Corelli, I(e quase ter deseperado) lembrei-me dele. Claro. THE GREAT GRECK SINGER... nascido no Egipto.
ResponderEliminarhttp://youtu.be/7qpDFXPAyXA
Muito bom. E eu, para te responder, apresentaria algo relacionado com o Egipto, como por exemplo cozinhar uma especialidade tipo Macaroni béchamel, que nos poderia levar para a comida Italiana e por aí fora. Enfim, um número infinito de possibilidades.
ResponderEliminarPS: quanto à música, aqui vão mais alguns nomes, sem puxar muito pela cabeça: Nana Mouskouri, Maria Callas, Diamanda Gallas, Despina Vandi, Sakis Rouvas, Skeptic Flesh, etc. E se optasse por te responder dentro do tema musical mas com culinária, aproveitava que a Maria Callas adorava comer, e lutou sempre contra o excesso de peso, e podia revelar uma das suas comidas favoritas cozinhada por mim. Olha, o que não falta são ideias!