É tradição no nosso Natal. Na mesa das sobremesas está sempre um bolo inglês de frutas secas. Desde que me entendo por gente. O Natal sempre foi passado em casa da minha avó e portanto ela foi, desde sempre, a força motriz por detrás da logística natalícia e a cozinheira de serviço. E só ela é que sabia fazer as coisas melhor que ninguém, a maneira dela era a melhor. It runs in the family!
Sempre gostei de (tentar) ajudar a minha avó e este bolo não era excepção, mas a verdade é que, a partir de determinada altura, a massa ficava tão espessa que só ela a conseguia bater. Quando a minha avó deixou de poder fazer este bolo, há poucos anos atrás, ele passou para a minha mãe, que levou consigo a forma e o fouet. Nunca saiu igual ao da minha avó, era mais macio e menos denso. Este ano a minha avó já não está entre nós e a minha mãe não pôde fazer o bolo. Passou para mim, juntamente com a sua forma e fouet, antigos e cheios de história. Senti o peso da responsabilidade ao fazer a minha sobremesa preferida no Natal. Dia 23, às 0h30, deu entrada no meu forno. E correu tudo bem, como sempre acontece com os milagres de Natal! À consoada, a minha mãe comeu uma fatia e disse "está muito parecido com o da minha mãe". Eu ia rebentando de felicidade :)
Bolo Inglês de Frutas secas
220g de açúcar amarelo RAR
220g de margarina
500g de farinha
1 colher-chá de fermento
6 ovos
100g de avelãs grosseiramente picadas
100g de miolo de noz grosseiramente picado
200g de amêndoa palitada (e mais para polvilhar)
100g de sultanas
2 cálices de vinho do Porto
Raspa e sumo de 1 limão
Amolecer a manteiga e batê-la com o açúcar até obter um creme. Adicionar os ovos, inteiros, um a um, batendo entre cada adição. Juntar a raspa e sumo do limão e por último a farinha peneirada com o fermento. Adicionar o vinho do Porto e as frutas (se quiser pode, no início, mergulhar as passas no vinho) e envolver na massa. Untar uma forma com margarina e farinha, deitar nela a massa, polvilhar com amêndoa palitada e levar a forno médio (coloquei a 200º C) durante cerca de 1h30mins.
A minha mãe fazia o dobro da receita e enchia esta forma de buraco e uma de bolo inglês. Também utilizava raspa e sumo de laranja, em vez do limão, e apenas um cálice de vinho do Porto.
Com esta receita, que já passou por 3 gerações de mulheres desta família, participo no Passatempo "Coisas doces para saborear até ao dia de Reis" divulgado pelo Cinco Quartos de Laranja com o patrocínio da RAR.
Desejamos a todos os leitores do nosso blogue um Feliz 2012 com a promessa de voltarmos para o ano, com mais receitas, histórias, fotos e bons momentos para partilhar!
Que alegria lhe deve ter dado o elogio da sua mãe. A tradição a perpetuar...agora nas suas mãos. E continue a fazer o mesmo. Esta receita é um verdadeiro legado.
ResponderEliminarMuitos beijinhos e felicidades para o ano que está a chegar.
Patrícia
Um bolo bonito e uma excelente forma de celebrar a família no Natal. Venho trazer um beijo e o desejo que 2012 seja um ano repleto de coisas boas (doces e outras). ;)
ResponderEliminarFico sempre nostálgica nestas alturas... A saudade de quem já não está é sempre mais forte...
ResponderEliminarGostei do bolo :)
Bjinhos e bom ano 2012
Pura felicidade :) Adorei ler o post.
ResponderEliminarUm bolo carregado de memórias e carinho.
Bom Ano!
Que bela receitinha, adorei!
ResponderEliminarFeliz 2012 querida! ^^
Adorei a história deste bolo e teria adorado prová-lo pois parece-me uma verdadeira delicia.
ResponderEliminarUm beijinho e Feliz 2012
Olá Ondina,
ResponderEliminaradorei a história do bolo. A forma. E ficou com um aspecto tentador. Gostei muito.
Um beijinho e votos de um excelente ano de 2012.
Este bolinho é mesmo uma maravilha que passa de geração em geração e o torna precioso!
ResponderEliminarQue linda história o acompanha a receita e os objetos associados!
Claro que não resististe a esperar pelo Natal, como te compreendo! Eu só lhe trocava a margarina por manteiga, mas claro é uma questão de gosto pessoal, um bolo assim mereçe tudo de melhor e nada bate a manteiga... só se for o azeite!
Bjs